Cada vez mais as “telas” ( tablet, TV, computador, vídeo game) vem fazendo parte da vida das crianças e de bebês.
É verdade que alguns jogos e programas são muito bons e até pedagógicos ajudando na estimulação e na aprendizagem porem é necessário ficarmos atentos (pais, professores, profissionais) para sabermos o quanto e quando esse uso se torna prejudicial.
Para a Academia Americana de Pediatria não é recomendado o uso freqüente de TV e Tablets para crianças de até 2 anos, pois, segundo eles, o hábito muito precoce conduz ao uso compulsivo e à dificuldade em lidar com a vida real. Entre 0 e 2 anos de idade, o cérebro da criança triplica de tamanho, e ele continua em estado de desenvolvimento acelerado até os 21 anos de idade (Christakis 2011). O desenvolvimento cerebral infantil é determinado pelos estímulos do ambiente ou a ausência deles. Já foi comprovado que o estímulo a um cérebro em desenvolvimento causado por superexposição a tecnologias (celulares, internet, iPad, TV) é associado ao déficit de funcionamento executivo e atenção, atrasos cognitivos, prejuízo da aprendizagem, aumento da impulsividade e diminuição da capacidade de se autorregular, por exemplo, acessos de raiva (Small 2008, Pagini 2010). Ou seja o uso abusivo de tecnologia por menores de 12 anos é prejudicial ao desenvolvimento e aprendizado infantis (Rowan 2010)
Os novos hábitos e facilidades da vida moderna nos levam a deixar as crianças muito tempo em frente à telinha, contudo o que vai fazer a criança se desenvolver plenamente é o uso da imaginação, da fantasia, da criatividade nas brincadeiras, tanto sozinhas, quanto junto com outras crianças pois é através da interação social e familiar, fazendo trocas afetivas diretas e recebendo a atenção focada por meio de conversas, leituras, refeições, afeto é que servirão de exemplos e estímulos efetivos, diferentemente de quando estão passivas em frente à TV e outras telinhas, sem questionar e refletir.
Existe também uma correlação entre o uso de televisão e videogames e o aumento da obesidade (Tremblay 2005) e estudos comprovam que das crianças de 9 e 10 anos têm déficit de sono em grau tão alto pela privação do sono associada as “telas” que suas notas escolares sofrem impacto negativo (Boston College 2012).
À medida que os pais se apegam mais e mais à tecnologia, eles se desapegam de seus filhos. Na ausência de apego parental, as crianças podem apegar-se aos aparelhos digitais, e isso pode resultar em dependência (Rowan 2010). Uma em cada 11 crianças e jovens de 8 a 18 anos é viciada em tecnologia (Gentile 2009).